segunda-feira, junho 17, 2019

Conversas do Mundo - Leonardo Boff e Boaventura de Sousa Santos


As "Conversas do Mundo" colocam frente a frente homens ou mulheres que, nas mais diversas partes do mundo, e a partir de diferentes lugares de enunciação, partilham a luta pela dignidade humana e a reflexão sobre um outro mundo possível, necessário e urgente. Com as Conversas do Mundo pretende-se promover a valorização e a partilha da infinita diversidade do mundo. Esta Conversa do Mundo, entre Leonardo Boff e Boaventura de Sousa Santos decorreu a 9 de Outubro de 2012, em Araras, Rio de Janeiro (Brasil).

Sobre ALICE
O objectivo do projecto “Alice” é desenvolver novos paradigmas teóricos e de transformação social para as sociedades contemporâneas a partir da partilha transnacional de experiências e de conhecimentos. Mais especificamente, pretende-se investigar em que medida a Europa pode aprender com o mundo extra-europeu em quatro áreas principais: a democratização da democracia; o constitucionalismo transformador, interculturalidade e a reforma do Estado; as economias não-capitalistas; os direitos humanos (com especial incidência no direito à saúde) e outras gramáticas de dignidade humana. As quatro áreas estão inter-relacionadas e são concebidas como dimensões cruciais para a transformação social

Projeto ALICE

sábado, março 12, 2016

De que é feito o desejo sexual masculino?


por Ana Alexandra Carvalheira, VISÃO [15.02.2016]
link aqui - De que é feito o desejo sexual masculino?

Sendo processos diferentes, desejo masculino e feminino têm mais parecenças do que aquilo que se julga

A primeira coisa que surge para responder à pergunta, é dizer que é feito duma matéria certamente diferente da do desejo feminino. Mas sendo processos diferentes, desejo masculino e feminino têm mais parecenças do que aquilo que se julga.

O desejo sexual masculino é comummente apresentado como uma entidade sólida e inesgotável, uma espécie de mecanismo autónomo, com vida própria, uma força indestrutível do tipo super-herói. Mas será mesmo assim? Os homens estão sempre prontos para o sexo? Não estão, e importa esclarecer este mito.

O desejo sexual masculino é afinal um processo complexo, com mais de trinta neurotransmissores, péptidos e hormonas envolvidos, ainda sofre a influência de factores psicológicos e relacionais, tal como o desejo feminino. É irrequieto e activado por uma diversidade de estímulos, que nem precisam ser muito elaborados.

O QUE É QUE MOBILIZA O DESEJO SEXUAL MASCULINO?
Quando falamos das predileções eróticas dos homens entramos no reino da diversidade, mas há alguns exemplos que podemos arriscar generalizar. Em primeiro lugar e à cabeça da lista, as imagens, os estímulos visuais. Não é uma imagem qualquer, obviamente, mas a imagem do corpo feminino (no caso heterossexual) ou do corpo masculino (no caso homossexual), ou de algumas partes em particular e com aquelas características específicas, ao gosto de cada um, claro. A investigação tem repetidamente demonstrado a sensibilidade masculina para os estímulos visuais. Assim que a imagem é registada no cérebro a resposta de excitação física e psicológica é imediata. Mas para além da componente visual, há outros “gatilhos” psicológicos que merecem destaque. O que reúne maior consenso, é a demonstração do prazer da parceira/o. Receber um feedback inequívoco do prazer do outro (confirmatório da sua competência) tem um valor erótico fortíssimo. Este é talvez o maior activador do desejo/excitação sexual masculino. Depois, há outro relevante que quero distinguir: a transgressão. Uma situação ou contexto proibido, interdito, é um peso pesado no erotismo masculino. Foi sempre assim, tanto no universo masculino como no feminino, e isto ajuda a explicar a manutenção e perpetuação de triângulos amorosos durante anos.

O QUE É QUE DISTINGUE O DESEJO MASCULINO DO FEMININO?
O desejo dos homens é mais constante, e o das mulheres é mais flutuante (flutua em função de quase tudo, desde o ciclo menstrual ao estado emocional). Esta é uma das principais diferenças. Contudo, à semelhança do desejo feminino, também o masculino pode disparar dos zero aos cem em três segundos ou cair dos cem aos zero nos mesmos três segundos. Digamos que o desejo sexual dos homens não é assim tão frágil, embora também possa ser afectado e perturbado por diversos factores. O desejo masculino é mais facilmente activado, e os homens predispõem-se mais para o sexo do que as mulheres. Por exemplo, os homens têm sexo para adormecer melhor, para aliviar o stress, para lidar com a frustração, ou para espantar a tristeza. As mulheres não, não se envolvem em actividade sexual se estiverem com stress, ou tristes, e muito menos se estiverem cansadas.

Muitas vezes, trata-se apenas dum mecanismo autónomo de excitação sexual, que o homem simplesmente reconhece e persegue. Ou seja, surge uma erecção e o homem persegue os estímulos até chegar ao sexo (quando pode, evidentemente, nem sempre é possível, e ainda bem).

Outra diferença considerável diz respeito às variáveis psicológicas. O desejo feminino é mais orientado para a conexão emocional, o masculino não tanto, é mais livre, não precisa da componente emocional. O desejo feminino é mais contextual, precisa do contexto, o masculino não tanto. Para o desejo masculino, não importa se o jantar correu mal, isso foi há três horas atrás, já passou, agora é outro momento e podemos ter sexo. Para as mulheres, dificilmente será assim.

O desejo e a actividade sexual podem ser para os homens uma forma privilegiada de expressão e comunicação, em detrimento da comunicação verbal, ao passo que o desejo das mulheres não prescinde duma boa conversa. Para ajudar alguns casais no consultório a perceber as diferenças entre o desejo sexual dele e dela, costumo dizer muitas vezes que a mulher quer chegar ao sexo através do amor, e o homem quer chegar ao amor através do sexo. E com frequência há grandes desencontros.

O QUE É QUE PODE PERTURBAR O DESEJO SEXUAL MASCULINO?
Pois, de facto não sendo à prova de fogo, o desejo dos homens também se perde, e são vários os factores que o podem abalar. Apesar de ser um desejo mais constante, os homens não estão sempre prontos para o sexo, e é importante desmistificar esta ideia. Os factores perturbadores do desejo masculino podem ser de vária ordem, começando pelo estado de saúde, passando por motivos económicos até aos factores relacionais. Se houver doença física (ou mental) o desejo sexual pode ser perturbado, não só pela doença em si mas também pelos tratamentos para as doenças, por exemplo, os antidepressivos (não todos). Mas também os factores psicológicos podem perturbar o desejo masculino, como sejam os aspectos emocionais e relacionais. O humor depressivo, tristeza, ansiedade, preocupações, ou problemas na relação podem afectar negativamente o desejo sexual. Relativamente aos estados emocionais negativos, como o humor deprimido, a investigação tem demonstrado um impacto negativo para alguns homens mas não para outros, e muito pelo contrário, podendo o sexo ser uma espécie de regulador do humor. Em 2011 liderei um estudo Europeu com 5.255 homens heterossexuais de 3 países (Portugal, Croácia e Noruega) e 14% de homens relataram perda de desejo sexual por um período de pelo menos 2 meses nesse ano. Os Portugueses tiveram os melhores resultados (10% de Portugueses, 17% de Croatas e 22% dos Noruegueses). Neste estudo várias razões foram apontadas pelos próprios homens para a perda do desejo. Em primeiro lugar, o stress profissional, em segundo lugar o cansaço, e em terceiro factores relacionais (e.g. conflitos com a parceira, problemas de comunicação, contextos de hostilidade). Outras razões foram apontadas, mas estas foram as principais.

O DESEJO MASCULINO COMO UM “SOLITARY AFFAIR”
O desejo masculino e a procura de excitação sexual pode ainda existir totalmente independente de um relacionamento e assim desligado da intimidade amorosa. Ou seja, como uma actividade a solo. Um homem pode sentar-se sozinho em frente do computador, meio-mesmerizado, numa busca rápida daqueles estímulos específicos que imediatamente incendeiam a sua excitação e conduzem a uma satisfação sexual fácil e livre de todo o trabalho que custa o investimento relacional. E para isto, a Internet oferece o que nenhum outro meio ofereceu até hoje: o acesso directo e a baixo custo à maior coleção de estímulos sexuais, a qualquer hora do dia ou da noite. Mas sobre o impacto da pornografia, falamos outro dia.

sexta-feira, março 11, 2016

Hijra - O Cavalo de Tróia Moderno

Nota de publicação:
Texto de fonte desconhecida, mas muito divulgado via páginas web e email (foi assim que li o texto e que o deixo aqui, tal como o recebi). Não pretendo fazer nenhum manifesto e ainda estou a processar a informação, pelo que nada do que está escrito me implica; como se diria em bom "futebolês", 'nem confirmo, nem desminto'! Neste caso, apenas constato um texto sobre... 

Preocupa-me, sim, o projeto Europeu de povos ditos irmãos, mas que se tratam de forma muito diferente; isto sim, já sou eu a escrever!

Nota: About Hijra (wikipdia, the free encyclopedia). 

E se fosse realmente como suspeitamos?
É precisamente a pergunta que eu faço a mim próprio... Eu não consigo pôr um Euro de lado, nem ao menos para passear por aqui perto. Pergunto-me: como é que, então, um refugiado que tem que pagar US$ 3.000,00 a um passador, sabendo este que ele precisa de vários anos para chegar a ter US$ 1.000,00?
Além disso, quando eles são enviados de volta, alguns regressam de imediato. Então, eu penso que serão, provavelmente, terroristas misturados com refugiados "pobres". Em teoria, não é tão improvável quanto isso! De onde vem este dinheiro todo?
O Hijra: um "Cavalo de Tróia" moderno... ou a doutrina islâmica de imigração? A estratégia de reconquista... com 14 séculos de idade? Quem são os migrantes que aportaram à Itália, à Grécia e a mais países europeus?
Dizem-se "refugiados" que perderam tudo. Os relatórios seguem, uns a seguir aos outros, para descrever as suas condições de vida terríveis. Eles têm, apenas, o suficiente para comer, mas, assim que chegam, logo vemos pegarem nos telemóveis e falarem... para quem? Reclamam que não têm Internet e wi-fi... 
Metade dos 22 milhões de Sírios vivem com menos de US$ 2,00 por dia, desde há mais de 2 anos, devido à guerra. Então, como arranjam entre US$ 3.000,00 a US$ 5.000,00 para pagarem aos contrabandistas?
E, se alguém estiver a financiar a viagem a jihadistas disfarçados de refugiados? Quem são os mais perseguidos na  Síria e no Iraque? São cristãos, Yezidis, mulheres, velhos, crianças. Há algum cristão em navios de carga que chegam às costas italiana e grega? Não! São, essencialmente, muçulmanos. Crianças, idosos, mulheres? Não muitos, só os necessários para o espectáculo, a grande maioria são homens solteiros.

Calais é testemunha. A ONU fala de um milhão de crianças sem um cobertor para enfrentarem o inverno, enquanto que os "traficantes" têm 2 ou 3 milhões de dólares para comprarem cargueiros e depois abandoná-los, como acontece regularmente. E esses contrabandistas passaram a ser marinheiros, capitães, mecânicos. Eles teriam aprendido a navegar navios de carga que depois abandonam?
Sabe-se que o Estado Islâmico tem enormes recursos financeiros, bancos, poços de petróleo. Todo mundo sabe essa história, que foi o episódio final da Guerra de Tróia, e como terminou. Como não podem retornar de forma anónima à Europa, depois de lutar pelo Estado Islâmico, os guerreiros muçulmanos entram disfarçados como refugiados e escondidos em navios que navegam no Mediterrâneo. Chegam às costas italiana ou grega e foram (e são) recebidos como um presente dos deuses: eles ofereceram uma nova oportunidade aos europeus para repararem os seus crimes coloniais "abjectos", abrindo os braços para os mais desfavorecidos.

Este estratagema pretende provocar a queda do "império". Qual o politico a quem o jornalista tem a coragem de fazer esta pergunta? Mas, perguntem à CIA se tem dúvidas! Os milicianos do Estado Islâmico vêm para a Europa disfarçados de refugiados, segundo fontes de inteligência dos EUA. Se a invasão muçulmana da Europa continua ao ritmo actual, em poucas décadas os cemitérios são os únicos lugares onde cristãos, judeus e outros... serão a maioria.
O Qatar é um dos países muçulmanos mais extremistas... Isto é bem conhecido, assim como a Arábia Saudita. E porque será que os países árabes não acolhem os seus irmãos? Toda a Europa se preocupa em acolher os "migrantes"(!), mas nenhum país islâmico se prontificou a recebê-los. Não seria isso natural? Não estariam eles todos bem melhor em países muçulmanos?
Para aqueles que ainda não sabem, a Embaixada do Qatar, numa das mais bonitas avenidas de Bruxelas (Avenue Franklin Roosevelt) tem previsto o financiamento da construção de uma mesquita para 6000 pessoas! No entanto, o Ministério das Relações Exteriores não só se recusou a aprovar este financiamento, mas, também, respondeu ao Centro de Tawfiq islâmica, dizendo "que seria paradoxal aceitar esse tipo de financiamento proveniente de um país que não aceita nenhuma liberdade religiosa".

Vamos nós ser actores reais: Com apenas um envio deste e-mail para cinco contactos, seremos a base de, em 3 meses, 1 milhão de emails e 48 milhões em seis meses!  Isso pode ajudar a abrir os olhos dos nossos próprios governantes... O ministro das Relações Exteriores da Noruega, Jonas Gahr Støre, disse, ao jornal VG, a propósito do pedido da Arábia Saudita para a construção de uma mesquita: "Podemos, apenas, dizer NÃO. O Ministério não aprova, mas aproveitou a oportunidade para acrescentar que a aprovação seria paradoxal, sabendo que tentar estabelecer uma comunidade cristã na Arábia Saudita será considerado um crime punível por decapitação".

Porque será que os media ocidentais não difundem estas notícias? Mas há países europeus (e são muitos) que (consciente ou inconscientemente) estão a preparar o seu suicídio.

NOTA: Outra mesquita está em construção no Court Saint-Étienne. Eles têm o direito de destruir tudo o que é diferente do Islão (cristãos, coptas, judeus, budistas e, até mesmo, secular, etc., por exemplo, Palmira), mas invadem países ocidentais com as suas mesquitas e minaretes.

NOTAS:
1. Por que razão recusam caixas com comida e medicamentos, somente porque têm o símbolo da “Cruz Vermelha” impresso na caixa? [Nota: isto não foi bem assim....].
2. Por que razão não vão para os países árabes?
3. Onde vão eles buscar os US$ 3.000,00, por pessoa, para pagarem aos traficantes? Só para a travessia do Mediterrâneo (estamos a falar em cerca de 3.000 migrantes, por dia, a US$ 3.000,00 cada um!). Isto dá, nada mais nada menos, US$ 9.000.000,00 (nove milhões de US$ por dia, pagos pelos “pobres” povos Sírio e Árabe, para atravessarem o Mediterrâneo).
4. Além destes US$ 3.000,00, por pessoa, ainda têm de ter reservas para pagarem comboios, autocarros e outros transportes para atravessarem todos os Países, até chegarem à Alemanha, à França e à Inglaterra. Eles (os solteiros) não querem outros Países.
5. Qualquer País fora da Síria seria bom para ficarem em paz e segurança! Não... eles (os solteiros) só querem Alemanha, França e Inglaterra. Para os outros Países (como Portugal, Espanha, Itália, etc.) vão as famílias. Porquê?! A maior parte dessas famílias mostram ter menos de 25 anos.

6. DÁ QUE PENSAR, NÃO É?
* EUROPEUS... Abram os olhos e vejam em que se estão a meter...
* Quem estará a suportar estas DESPESAS (cerca de US$ 9 milhões, por dia)? Isto é exagerado, especialmente para famílias que vivem com menos de US$ 2,00 por dia!
* O mínimo que podes fazer é encaminhar esta mensagem a 5 contactos. Vale a pena... (?).
Transcrição de uma crónica de "Merda"!

Um dia de Merda


Texto de Luiz Fernando Veríssimo [23 agosto 2006]
Nota: para mais crónicas, ver Crônicas de Luís Fernando Veríssimo [ou ainda aqui FAEL CHRONICLES]

Aeroporto Santos Dumont, 15:30. Senti um pequeno mal-estar causado por uma cólica intestinal, mas nada que uma urinada ou uma barrigada não aliviasse. Mas, atrasado para chegar ao ônibus que me levaria para o Galeão, de onde partiria o voo para Miami, resolvi segurar as pontas. Afinal de contas são só uns 15 minutos de busão [autocarro]. “Chegando lá, tenho tempo de sobra para dar aquela mijadinha esperta, tranquilo”. O avião só sairia às 16:30.
Entrando no ônibus, sem sanitários, senti a primeira contração e tomei consciência de que minha gravidez fecal chegara ao nono mês e que faria um parto de cócoras assim que entrasse no banheiro do aeroporto. Virei para o meu amigo que me acompanhava e, sutil, falei:
– “Cara, mal posso esperar para chegar na merda do aeroporto porque preciso largar um barro”.
Nesse momento, senti um urubu beliscando minha cueca, mas botei a força de vontade para trabalhar e segurei a onda. O ônibus nem tinha começado a andar quando, para meu desespero, uma voz disse pelo alto-falante:
– “Senhoras e senhores, nossa viagem entre os dois aeroportos levará em torno de 1 hora, devido às obras na pista”.
Aí o urubu ficou maluco querendo sair a qualquer custo. Fiz um esforço hercúleo para segurar o trem da merda que estava para chegar na estação ânus a qualquer momento. Suava em bicas.
Meu amigo percebeu e, como bom amigo que era, aproveitou para tirar um sarro. O alívio provisório veio em forma de bolhas estomacais, indicando que pelo menos por enquanto as coisas tinham-se acomodado. Tentava-me distrair vendo TV, mas só conseguia pensar em um banheiro, não com uma privada, mas com um vaso sanitário tão branco e tão limpo que alguém poderia botar seu almoço nele. E o papel higiénico então: branco e macio, com textura e perfume e, ops, senti um volume almofadado entre meu traseiro e o assento do ônibus e percebi, consternado, que havia cagado. Um cocô sólido e comprido daqueles que dão orgulho de pai ao seu autor. Daqueles que dá vontade de ligar pros amigos e parentes e convidá-los a apreciar na privada. Tão perfeita obra, dava pra expor em uma bienal. Mas sem dúvida, a situação tava tensa. Olhei para o meu amigo, procurando um pouco de solidariedade, e confessei sério:
– “Cara, caguei”.
Quando meu amigo parou de rir, uns cinco minutos depois, aconselhou-me a relaxar, pois agora estava tudo sob controlo.
– “Que se dane, me limpo no aeroporto” – pensei. “Pior que isso não fico”.
Mal o ônibus entrou em movimento, a cólica recomeçou forte. Arregalei os olhos, segurei-me na cadeira, mas não pude evitar e, sem muita cerimónia ou anunciação, veio a segunda leva de merda. Dessa vez, como uma pasta morna. Foi merda para tudo que é lado, borrando, esquentando e melando a bunda, cueca, barra da camisa, pernas, pantorrilha, calças, meias e pés. E mais uma cólica anunciando mais merda, agora líquida, das que queimam o fiofó do freguês ao sair rumo à liberdade. E depois um peido tipo bufa, que eu nem tentei segurar, afinal de contas o que era um peidinho para quem já estava todo cagado. Já o peido seguinte, foi do tipo que pesa. E me caguei pela quarta vez.
Lembrei de um amigo que certa vez estava com tanta caganeira que resolveu botar ‘modess’ na cueca, mas colocou as linhas adesivas viradas para cima e quando foi tirá-lo levou metade dos pêlos do rabo junto. Mas era tarde demais para tal artifício absorvente. Tinha menstruado tanta merda que nem uma bomba de cisterna poderia me ajudar a limpar a sujeirada. Finalmente cheguei ao aeroporto e, saindo apressado com passos curtinhos, supliquei ao meu amigo que apanhasse minha mala no bagageiro do ônibus e a levasse ao sanitário do aeroporto para que eu pudesse trocar de roupas. Corri ao banheiro e, entrando de boxe em boxe, constatei a falta de papel higiênico em todos os cinco.
Olhei para cima e blasfemei:
– “Agora chega, né?”
Entrei no último, sem papel mesmo, e tirei a roupa toda para analisar minha situação (que conclui como sendo o fundo do poço) e esperar pela minha salvação, com roupas limpinhas e cheirosinhas e com ela uma lufada de dignidade no meu dia.
Meu amigo entrou no banheiro com pressa, tinha feito o “check-in” e ia correndo tentar segurar o voo. Jogou por cima do boxe o cartão de embarque e uma maleta de mão e saiu antes de qualquer protesto de minha parte. Ele tinha despachado a mala com roupas. Na mala de mão só tinha um pulôver de gola “V”. A temperatura em Miami era de aproximadamente 35 graus.
Desesperado, comecei a analisar quais de minhas roupas seriam, de algum modo, aproveitáveis. Minha cueca joguei no lixo. A camisa era história. As calças estavam deploráveis e, assim como minhas meias, mudaram de cor tingidas pela merda. Meus sapatos estavam nota 3, numa escala de 1 a 10. Teria que improvisar. A invenção é mãe da necessidade, então transformei uma simples privada em uma magnífica máquina de lavar. Virei a calça do lado avesso, segurei-a pela barra, e mergulhei a parte atingida na água. Comecei a dar descarga até que o grosso da merda se desprendeu.
Estava pronto para embarcar. Saí do banheiro e atravessei o aeroporto em direção ao portão de embarque trajando sapatos sem meias, as calças do lado avesso e molhadas da cintura ao joelho (não exatamente limpas) e o pulôver gola “V”, sem camisa. Mas caminhava com a dignidade de um lorde.
Embarquei no avião, onde todos os passageiros estavam esperando “O rapaz que estava no banheiro” e atravessei todo o corredor até o meu assento, ao lado do meu amigo que sorria. A aeromoça se aproximou e perguntou se precisava de algo. Eu cheguei a pensar em pedir 120 toalhinhas perfumadas para disfarçar o cheiro de fossa transbordante e uma gilete para cortar os pulsos, mas decidi não pedir:

– “Nada, obrigado. Eu só queria esquecer este dia de merda!”

quarta-feira, fevereiro 17, 2016

FIKA

Fika. E se o segredo para o sucesso no trabalho for uma pausa para o café?

Há empresas suecas que definem como obrigatório que os trabalhadores reservem uns minutos durante o dia para beber um café e conversar com os colegas. A ideia é aumentar a produtividade no trabalho.
A maioria dos suecos têm estas pausas várias vezes ao dia. A tendência chama-se fika e já chegou a vários países
Olhos cansados. Dores no pescoço. Falta de ideias. Horas e horas em frente ao computador agarrado à cadeira e ao teclado. Pausa para um café e para esticar as pernas? Nada disso. Não há tempo e há trabalho por fazer. Bem, há quem veja nisto um profundo disparate. Na Suécia, muitas empresas estabelecem uma pausa obrigatória diária para que os trabalhadores possam descansar por uns momentos, conversar com os colegas, beber um café e comer uma fatia de bolo, por exemplo. Sabendo que os nórdicos são exemplo no que diz respeito a índices de produtividade, será este o segredo para o sucesso?
O conceito é conhecido como Fika – que, numa tradução não literal, pode significar qualquer coisa como beber café, comer doçarias e conversar – e chegou aos ouvidos da BBC. Os jornalistas britânicos foram procurar perceber esta realidade e chegaram à conclusão de que a pausa obrigatória para descontrair e relaxar é uma rotina tão comum nas empresas suecas como responder a emails ou participar em reuniões.
“Está profundamente enraizado na nossa cultura. A maioria dos suecos têm [estas pausas] várias vezes ao dia, seja no fim de semana, seja durante a semana. O objetivo é passar tempo com as pessoas, comer bolos cozinhados em casa e beber café. É [para nós] o mesmo que ir ao café noutros países”, explicou à BBC Matts Johansson, fundador da Da Matteo, uma cadeia de café sueca.
Esta pausa para o café é tão importante para os suecos que mesmo o gigante Ikea aconselha os seus trabalhadores a seguirem esta filosofia, como lembra a cadeia de televisão britânica. “Mais do que uma pausa para o café, a fika é uma altura para partilhar experiências, fortalecer laços e relaxar com os colegas. Algumas das melhores ideias e decisões acontecem durante a fika“, aconselha o Ikea.
Habituada a estar sempre entre os países com maior índice de produtividade, a Suécia parece estar pronta a dar mais um passo nesse sentido: está a introduzir faseadamente o horário laborar de seis horas, com o objetivo de aumentar a produtividade e a felicidade dos trabalhadores.

Na verdade, já existem muitos estudos científicos que parecem dar, em parte, razão aos suecos: trabalhar mais horas por dia não significa necessariamente maior produtividade. Em 2013, numa altura em que se discutia o aumento do horário de trabalho semanal para as 40 horas, um estudo da Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) dizia “não haver uma relação consistente entre o número de horas trabalhadas e a produtividade”.
Mais: com base em análises feitas nos últimos 20 anos, o mesmo estudo lembrava que “à medida que se avança no número de horas trabalhadas durante o dia, a produtividade vai-se tornando gradualmente mais baixa”.
A verdade é que, e voltando ao fika, esta tendência está a alargar-se a outras partes do globo e já chegou a cidades como Sydney, Londres e Nova Iorque.
E em Portugal, haverá algum dia tempo para fikar?
Miguel Santos - Observador


Nota: Chegou via email por José Emílio, funcionário do Instituto de Educação - UM, 2016-02-17

domingo, janeiro 24, 2016

Seedr: (en) Torrents On The Cloud | (pt) Torrents na nuvem

(en)
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(pt)
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segunda-feira, novembro 16, 2015

TED-ED Lessons - What would happen if you didn’t sleep? - Claudia Aguirre

Link aqui - What would happen if you didn’t sleep? - Claudia Aguirre

In the United States, it’s estimated that 30 percent of adults and 66 percent of adolescents are regularly sleep-deprived. This isn’t just a minor inconvenience: staying awake can cause serious bodily harm. Claudia Aguirre shows what happens to your body and brain when you skip sleep.

Nos Estados Unidos, estima-se que 30% dos adultos e 66% dos adolescentes são regularmente pessoas que sofrem de privação de sono. Este não é apenas um pequeno inconveniente: ficar acordado pode causar lesões corporais graves. Claudia Aguirre mostra o que acontece ao seu corpo e cérebro quando se desregula e priva do sono.





Nota: Eu tenho abusado deste desregulação e sinto, mas sinto mesmo o corpo, a mente a ressentir-se cada vez mais, com dificuldades de respostas a coisas das mais elementares.

sexta-feira, novembro 13, 2015

Cartaz da JSD falha alvo e compara Governo de Passos e Portas ao nazismo (TVI 24)

Não sei se rir se chorar; certo é que quem da história se esquece, com ela se amanha ou da altivez se acanha, tanta pode ser a ignorância ou mesmo a desfaçatez de quem julga tudo pode fazer/dizer e nada lhe acontece. Vejam o exemplo da politiquice do dia.
Nota: Já agora, a linguagem que está a ser utilizada é mesmo muito forte, mesmo extremada, nada adequada, muito pouco tolerante e só pode ter consequências.
A brincadeira não pode ser de bom gosto, certamente pela gravidade da questão, mas quase apetece dizer que se esqueceram disto!

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Já agora podiam continuar e fazer uma compilação multicolorida (tudo no mesmo saco; as cores são para enganar):


CARTAZ da JSD - Toda a notícia aqui
Cartaz da JSD falha alvo e compara Governo de Passos e Portas ao nazismo

A ideia não era de todo essa, mas sim atacar a união da esquerda com a pergunta “Foi isto que votou?”. Só que jovens sociais-democratas usaram uma imagem histórica de fundo de quando a União Soviética derrotou... o nazismo


O Twitter não perdoa e há já uma enxurrada de críticas ao mais recente cartaz da Juventude Social Democrata. E para lá da politiquice, o que está em causa é mesmo uma lição de história aparentemente mal aprendida. 

A ideia da JSD com a pergunta “Foi nisto que votou?” era causar indignação com a “coligação negativa” da esquerda que derrubou o Governo de Passos e Portas, como pode ver-se na imagem em cima.  

No entanto, quem reparar bem, há uma imagem de fundo, atrás de Jerónimo de Sousa, onde se vê a bandeira vermelha com a foice e o martelo sobre o Reichstag. É uma das imagens icónicas do século XX. Cá está ela:

Representa a tomada de Berlim pela URSS, ou seja, a queda simbólica do...  nazismo. Estávamos em 1945. Dias depois, a Alemanha rendeu-se e com isso terminou a II Guerra Mundial.

O cartaz acaba, por isso, por poder suscitar a interpretação de que a esquerda 'radical' chegou para derrubar o 'nazismo' de Passos e Portas. E, vindo da JSD, presume-se que não era de todo essa a ideia.

No Twitter, a questão está a gerar polémica, gerando uma série de comentários a insinuar isto mesmo. Para além da "ignorância histórica" de que são acusados, há outras críticas. E, como de costume naquela rede, algumas carregadas de humor. 
As críticas estendem-se ao Facebook, onde o cartaz foi publicado pela própria JSD. 

quinta-feira, novembro 12, 2015

Por falar em depressão e Ted Lessons - How stress affects your brain - Madhumita Murgia

Stress isn’t always a bad thing; it can be handy for a burst of extra energy and focus, like when you’re playing a competitive sport or have to speak in public. But when it’s continuous, it actually begins to change your brain. Madhumita Murgia shows how chronic stress can affect brain size, its structure, and how it functions, right down to the level of your genes.

Link: How stress affects your brain - Madhumita Murgia

What makes muscles grow? - Jeffrey Siegel

We have over 600 muscles in our bodies that help bind us together, hold us up, and help us move. Your muscles also need your constant attention, because the way you treat them on a daily basis determines whether they will wither or grow. Jeffrey Siegel illustrates how a good mix of sleep, nutrition and exercise keep your muscles as big and strong as possible.

Temos mais de 600 músculos em nossos corpos que nos ajudam a manter-nos coesos, de pé e ajudam-nos a mover. Os nossos músculos também precisam de nosssa atenção constante, porque a forma como os tratamos, de uma forma regular, determina se eles vão atrofiar ou crescer. Jeffrey Siegel ilustra como uma boa combinação de sono, nutrição e exercício físico pode manter os nossos músculos tão grandes e fortes o quanto possível.


Link:

What makes muscles grow? - Jeffrey Siegel

Mais uma das Ted Ed Lessons Worth Sharing". Um trabalho educativo muito interessante e que vale a pena seguir.

Depressão, tinha que partilhar


Faz tempo que por aqui não passo; também de pouco interesse se reveste esta constatação. é um blogue indefinido e de propósito pouco explícito.
Contudo, 'apanhei' um texto com o qual me identifiquei (tantos outros que li e que mereciam uma réplica aqui...).
Dessse texto retiro ou destaco o frase:

"Sim, à morte. Ao suicídio – outro tabu: parece que, ao sair da nossa boca, essa palavra contamina todo o ar, gerando uma epidemia de “negatividade”, para os mais esotéricos, ou de “problemas”, para os mais pragmáticos". Sempre amei a vida; tenho curiosidade, mas nem sempre, até demasiadas vezes, não gosto da vida que vivo...

Aqui vai o link:
"Depressão: quando o demônio não é tão feio assim"

Aqui fica o texto por completo:
DEPRESSÃO: QUANDO O DEMÔNIO NÃO É TÃO FEIO ASSIM

“Com depressão, você não pensa que pôs um véu cinza e vê o mundo através da névoa do mau humor. Pensa que retiraram o véu da felicidade, e que agora você vê de verdade" – diz Andrew Solomon, em “O demônio do meio-dia”. O que ninguém fala, pois dessa doença não se fala – é o que o feio demônio pode revelar sobre nós. Ele nos recorda que somos frágeis, humanos. Nos obriga a sair da roda de hamster de produção e consumo e repensar no que realmente desejamos. E pode trazer à tona recursos internos submersos – e preciosos.
A depressão é o segredo de toda família – Andrew Solomon diz, em O demônio do meio-dia. Ninguém quer falar sobre o tema – ou, quando falam ou escrevem, geralmente é com uma aura de romantização, que só dificulta o entendimento deste distúrbio mental sério, que pode levar à morte.
Sim, à morte. Ao suicídio – outro tabu: parece que, ao sair da nossa boca, essa palavra contamina todo o ar, gerando uma epidemia de “negatividade”, para os mais esotéricos, ou de “problemas”, para os mais pragmáticos.
Nesse mundo de relações líquidas, trabalhos alienantes e uma cobrança crescente pela produtividade e sucesso em todas as esferas – familiar, profissional, social e até corporal– não conseguir funcionar é quase uma afronta. Uma rebelião. E isso incomoda quem está funcionando direitinho no esquema montado e por isso não quer pensar, não quer se questionar. Afinal, vai que todo o castelo de cartas da autoimagem de sucesso desmorone?
Dá para entender porque o deprimido afasta tanta gente. Afinal, ele já quer ficar sozinho mesmo – já entendeu que não há nada nem ninguém do lado de fora que possa mudar o que ele sente por dentro. Não tem muito a partilhar com os amigos – ou então, tem coisas DEMAIS a partilhar. Coisas que incomodam.
Incomodam e pesam no outro – seja pela sensação de impotência e frustração por não conseguir “consertar” o problema (leia-se, a pessoa), seja por ser assustador, ou, no fundo, por ser um convite sutil a parar e refletir sobre a própria vida, sobre as próprias escolhas. O que, convenhamos, não é todo mundo que tem tempo (ou coragem) para encarar.
Por isso, se você não consegue ter empatia, se tem medo de ouvir e falta de paciência para decifrar o que o deprimido tenta balbuciar, tudo bem – é o seu direito. Mas o mínimo que alguém que mergulha em alto mar bravio e escuro, sem âncoras ou faróis merece, de todos nós – da sociedade como um todo – é respeito. Eu diria também amor e compaixão, mas nem todos têm disponibilidade para oferecer isso.
Infelizmente. Porque ouvir o relato de quem enfrenta esse demônio interno não significa, necessariamente, ser tragado junto para o abismo. Estar ao lado de quem enfrenta essa batalha pode ser um grande aprendizado e crescimento – ampliando nossa compreensão sobre o que é realmente importante na nossa vida. Nos ajudando a sair do piloto automático no qual somos só mais um parafuso na engrenagem desse mundo – e nos fazendo priorizar o que é essencial para sermos felizes.

© obvious: http://obviousmag.org/um_pais_possivel/2015/09/depressao-o-demonio-pode-nao-ser-tao-feio-assim.html#ixzz3rGbYKmDr
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domingo, julho 20, 2014

Ю | Consequências da crise...

Fonte anónima, a circular pela Net
Os Padeiros não têm massa
Os Padres já não comem como abades
Os Relojoeiros andam com a barriga a dar horas.
Os Talhantes estão feitos ao bife
Os Criadores de galinhas estão depenados
Os Pescadores andam a ver navios
Os Vendedores de carapau estão tesos
Os Vendedores de caranguejo vêem a vida a andar para trás.
Os Desinfestadores estão piores que uma barata
Os Fabricantes de cerveja perderam o seu ar imperial
Os Cabeleireiros arrancam os cabelos
Os Futebolistas baixam a bolinha
Os Jardineiros engolem sapos
Os Cardiologistas estão num aperto
Os Coveiros vivem pela hora da morte
Os Sapateiros estão com a pedra no sapato
As Sapatarias não conseguem descalçar a bota
Os Sinaleiros estão de mãos a abanar
Os Golfistas não batem bem da bola
Os Fabricantes de fios estão de mãos atadas
Os Coxos já não vivem com uma perna às costas
Os Cavaleiros perdem as estribeiras
Os Pedreiros trepam pelas paredes
Os Alfaiates viram as casacas
Os Almocreves prendem o burro
Os Pianistas batem na mesma tecla
Os Pastores procuram o bode expiatório
Os Pintores carregam nas tintas
Os Agricultores confundem alhos com bugalhos
Os Lenhadores não dão galho
Os Domadores andam maus como as cobras
As Costureiras não acertam as agulhas
Os Barbeiros têm as barbas de molho
Os Aviadores caem das nuvens
Os Bebés choram sobre o leite derramado
Os Olivicultores andam com os azeites
Os Oftalmologistas fazem vista grossa
Os Veterinários protestam até que a vaca tussa
Os Alveitares pensam na morte da bezerra
As Cozinheiras não têm papas na língua
Os Trefiladores vão aos arames
Os Sobrinhos andam "Ó tio, ó tio"
Os Elefantes andam de trombas
... Eu estou em crise.

quarta-feira, junho 11, 2014

A falta de sono ou a necessidade do mesmo

Julgo que é mais a privação do sono, mas quem sou eu para me substituir aos peritos. É isto que sinto faz alguns anos e não sei como contrariar ou não encontrei ainda forças e vontade suficientes para inverter a situação. Também há a versão da propensão para o estilo noctívago, que admito personificar. Contudo, seria preciso, num processo de reequilibração, compensar com hábitos 'out of the box', o que claramente entra em conflito com exigências/compromissos. Uma equação difícil de resolver e de momentos bipolares.
Aqui está um artigo sobre o assunto.
Pode-se ver também aqui outro artigo.

O texto completo...
Falta de sono tem efeito "dramático" no corpo humano, conclui estudo
A longo prazo, a falta de sono pode levar ao aparecimento de doenças neurodegenerativas
11 de junho de 2014

Uma experiência concluiu que a atividade de centenas de genes nos organismos de um grupo de voluntários ficou severamente alterada quando estes dormiram menos de seis horas por noite durante uma semana.
Num artigo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), os investigadores avançam que os resultados do estudo explicam como o sono em insuficiência prejudica a saúde.
Os investigadores nomeaim doenças cardíacas, diabetes, obesidade e mau funcionamento do cérebro como possíveis causa do pouco descanso. O processo pelo qual o défice de sono altera o estado de saúde não é, no entanto, descrito pelos cientistas.
A equipa da Universidade de Surrey, no Reiino Unido, recolhei amostras de sangue de 26 pessoas depois de estas terem dormido até dez horas por noite durante uma semana.
Na segunda fase dos testes, o mesmo grupo foi submetido a uma semana de sono insuficiente - menos de seis horas por noite. Logo depois, foram recolhidas novas mostras de sangue.
Ao comparar as amostras, os cientistas observaram que a atividade de 700 genes no organismo dos participantes alterou-se após a mudança no padrão de sono.
Cada gene contém instruções para a fabricação de uma proteína. Portanto, os que ficaram mais ativos produziram mais proteínas e isso alterou completamente a configuração química no corpo dos voluntários.
O relógio natural dos  organismos também ficou perturbado pela falta de sono. A atividade de alguns genes aumenta e diminui no decorrer do dia, mas esse efeito foi enfraquecido pelo défice de sono.
Colin Smith, da Universidade de Surrey, disse que "houve uma mudança dramática na atividade de muitos tipos diferentes de genes", descreve a BBC.
"Áreas como o sistema imunitário e a forma como o organismo reage aos danos e ao stress foram afetadas", acrescentou.
"Claramente, dormir é essencial para a reconstrução do corpo e a manutenção de um estado funcional. Caso contrário, vários tipos de danos parecem acontecer, o que pode resultar em doenças. Se não podemos reabastecer ou substituir as células, isso leva à formação de doenças degenerativas", alerta.
O especialista lamenta ainda que muitas pessoas podem conviver com défices de sono ainda maiores do que os estudados.


quinta-feira, junho 05, 2014

Contra o EURO, João Rodrigues, em "Ladrões de Bicicletas"

A propósito do livro de  Juan Francisco Martín Seco, "Contra el €uro", publicado há uns meses atrás, encontrei uma síntese e reflexão sobre o mesmo. Vale a pena ler. Aqui => "Contra el €uro".

Para memória futura, caso o texto se perca,  aqui fica o original, com salvaguarda da autoria (João Rodrigues, em Ladrões de Bicicletas, a 19-11-2013).

Contra el Euro
Este livro, diz-nos Juan Francisco Martín Seco na introdução, foi escrito com “raiva”, dada a destruição evitável que está sendo gerada na economia, no Estado social e na democracia espanholas. Felizmente, a “raiva” foi posta ao serviço de uma argumentação clara e racional. As grandes linhas do argumento contra o Euro são conhecidas e o livro apresenta-as claramente, tendo a vantagem adicional de nos mostrar como a atitude das elites económicas e políticas espanholas em relação ao Euro e à integração neoliberal que lhe esteve indelevelmente associada foi tão semelhante à das castas portuguesas: o mesmo egoísmo, a mesma miopia, a mesma arrogância, os mesmos complexos do bom aluno e a mesma atitude moralista imoral depois da crise rebentar – vivestes acima das possibilidades, agora é altura de pagar.

As causas estruturais da dívida externa elevada são claramente identificadas: o Euro, uma moeda sem Estado, desligado das finanças públicas, e que aumentou as assimetrias entre os Estados realmente existentes, não serve as economias europeias menos desenvolvidas e agora sem meios decentes para gerir a sua inserção internacional. A acumulação de défices da balança corrente foi um sintoma da perda de competitividade, de uma moeda demasiado forte. Agora, os défices são provisoriamente debelados pelo destrutivo e injusto, até porque só recai sobre os assalariados, mecanismo da desvalorização interna. Este deixa um lastro institucional, social e laboral, pesado, tal como a construção do euro, por via essencialmente da liberalização financeira, já o tinha feito. O trabalho de neoliberalização ficaria completo.

Parte do livro é constituída por um impressionante corpo de autocitações de escritos do autor, fundamentalmente dos anos noventa: um bem vos avisei sem falsas modéstias. Não se trata de mais um oráculo, mas sim de ter tido a capacidade de identificar, com a ajuda de história racionalizada, por exemplo das desvalorizações cambiais quando a coisa apertava, mecanismos e padrões emergentes, mas ignorados pela sabedoria convencional euro-contente.

Seco, um economista entre a alta administração pública e a academia e que rompeu com o PSOE na década de noventa, insiste que a União Europeia saída de Maastricht e confirmada nos Tratados subsequentes, baseada numa moeda disfuncional e numa lógica de expansão sem fim das forças do mercado capitalista, não é união, já que reforça os mecanismos de polarização e não é europeia, já que destrói o Estados sociais e as democracias. Os mecanismos nesta altura são muito claros: sem moeda própria e controlada pelos poderes públicos democráticos, sem algum tipo de controlo de capitais, não existe, nem existirá, o grau soberania que é condição necessária para que as constituições democráticas e sociais anti-fascistas, ainda tão temidas pelo capital financeiro, e por potenciais boas razões, possam ser cumpridas nas suas dimensões essenciais. Um bom contributo para que as forças sociais e políticas que se dizem progressistas se possam ver livres, também do outro lado da fronteira, das custosas ilusões do Euro.

Sociedade Machista

Fonte anónima, mais uma 'pérola' a circular pela Net.

A injustiça feminina na Língua Portuguesa. Veja, então, como. A sociedade feminina portuguesa, e de todos os países lusófonos, pode-se queixar do tratamento machista espalhado na gramática portuguesa ( bem entendido, no vernáculo popular). Eis lguns exemplos:

Cão = melhor amigo do homem
Cadela = puta

Vagabundo = homem que não trabalha
Vagabunda = puta

Touro = homem forte
Vaca = puta

Pistoleiro = homem que mata pessoas
Pistoleira = puta

Aventureiro = homem que se arrisca, viajante, desbravador
Aventureira = puta

Menino de rua = menino pobre, que vive na rua
Menina de rua = puta

Homem da vida = pessoa letrada pela sabedoria adquirida ao longo da vida
Mulher da vida = puta

Tiozinho = irmão mais novo do pai
Tiazinha = puta

Puto = criança, menino
Puta = puta

Políticos = homem que trata de politica, estadista
As mães deles = putas

Mas deve haver mais… Oh, se há!

sexta-feira, maio 30, 2014

Marinho e Pinto

A propósito das eleições Europeias do passado 25-05-2014, um discurso do tempo de Bastonário dos Advogados na abertura do ano judiciário (2011).

 Marinho e Pinho




Já agora, outras pérolas de Marinho e Pinto (mesmo que não se goste, o estilo é único!):



Com Manuela Moura Guedes (imperdível!):
Nota: Atenção, não me comprometo nem simpatizo com nenhumas das partes!

Ю | "É importante saber-mos Protuguês!"

Fonte anónima, a circular pela Net. Mais uma do catálogo das "Parvoíces".

Está-mos çempre há prender, num é?

Prontus
Usar o mais possível. É só dar vontade e podemos sempre soltar um 'prontus'! Fica sempre bem.

Númaro
Também com a vertente 'númbaro'. Já está na Assembleia da República uma proposta de lei para se deixar de utilizar a palavra NÚMERO, a qual está em claro desuso. Por mim, acho um bom númaro!

Pitaxio
Aperitivo da classe do 'mindoím'.

Aspergic
Medicamento português que mistura Aspegic com Aspirina

Alevantar
O ato de levantar com convicção, com o ar de 'a mim ninguém me come por parvo!... alevantei-me e fui-me embora!'.

Amandar
O acto de atirar com força: 'O guarda-redes amandou a bola para bem longe'

Assentar
O ato de sentar, só que com muita força, como fosse um tijolo a cair no cimento.

Capom
Tampa de motor de carros que quando se fecha faz POM!

Destrocar
Trocar várias vezes a mesma nota até ficarmos com a mesma.

Disvorciada
Mulher que diz por aí que se vai divorciar.

É assim...
Talvez a maior evolução da língua portuguesa. Termo que não quer dizer nada e não serve para nada. Deve ser colocado no início de qualquer frase.

Entropeçar
Tropeçar duas vezes seguidas.

Êros
Moeda alternativa ao Euro, adotada por alguns portugueses.
Também conhecida por "aéreos".

Falastes, dissestes...
Articulação na 4ª pessoa do singular. Ex.: eu falei, tu falaste, ele falou, TU FALASTES...

Fraturação
O resultado da soma do consumo de clientes em qualquer casa comercial. Casa que não fratura... não predura.

Há des
Verbo 'haver' na 2ª pessoa do singular: 'Eu hei de cá vir um dia; tu há des cá vir um dia...'

Inclusiver
Forma de expressar que percebemos de um assunto. E digo mais: eu inclusiver acho esta palavra muita gira. Também existe a variante 'Inclusivel'.

A forma mais prática de articular a palavra MEU e dar um ar afro à língua portuguesa, como 'bué' ou 'maning'. Ex.: Atão mô, tudo bem?

Nha
Assim como Mô, é a forma mais prática de articular a palavra MINHA. Para quê perder tempo, não é? Fica sempre bem dizer 'Nha Mãe' e é uma poupança extraordinária.

Parteleira
Local ideal para guardar os livros de Protuguês do tempo da escola.

Perssunal
O contrário de amador. Muito utilizado por jogadores de futebol. Ex: 'Sou perssunal de futebol'. Dica: deve ser articulada de forma rápida.

Prutugal
País ao lado da Espanha. Não é a Francia.

Quaise
Também é uma palavra muito apreciada pelos nossos pseudo-intelectuais... Ainda não percebi muito bem o quer dizer, mas o problema deve ser meu.

Stander
Local de venda. A forma mais famosa é, sem dúvida, o 'stander' de automóveis. O 'stander' é um dos grandes clássicos do 'português da cromagem'...

Tipo
Juntamente com o 'É assim', faz parte das grandes evoluções da língua portuguesa. Também sem querer dizer nada, e não servindo para nada, pode ser usado quando se quiser, porque nunca está errado, nem certo. É assim... tipo, tás a ver?

Treuze
Palavras para quê? Todos nós conhecemos o númaro treuze.