domingo, abril 04, 2010

Ω | Escritos anteriores ao jogo do Benfica-Braga



A propósito de uma carta na revista “Maria” (no final deste texto), que vos convido a ler antes de terem a pachorra, se o desejarem, de passar os olhos por estas longas linhas que se seguem. Só para me divertir e sem grandes cuidados de prosa...
Nem é tarde, nem é cedo… Antes do jogo Benfica-Braga
Para os “benfiquistas”, bons chefes de família, que os há, certamente, no meio da rebelião que se promete por aí… A não ser que o meu Braga consiga remar contra esta maré de “águias” bravias, rápidos traiçoeiros e pedregulhos que dão à “Costa”. É difícil, pois perdemos o nosso timoneiro (“voou” sobre um ninho de “cuscos” que não gostaram da ousadia), por um “companheiro” ter-se ido queixar, qual cobarde de profissão, ao seu vizinho acomunado e de compadrio feito. De comando à distância era difícil travar o desfecho e o Braga sujeitou-se as consequências que lhes aprouveram como adequadas. Depois também não estamos em tempos bíblicos, onde, reza a parábola, David derruba Golias; e onde, por actos menos pudicos, “di marias” e Madalenas se mostram arrependidas.
Mas não satisfeitos com isso, atrasaram a sentença para o “dia seguinte” (só de ouvir, dá-me sono). E tanto gostaram do enredo – e ainda acusam ter sido o prejudicado, para bom entendedor, o BRAGA, o maquiavélico –, que se prontificaram a fazer do mesmo, com requintes que se conhece, ao seu inimigo de estimação. Claro está, continuando a ser explícito, o Porto. Bem sei que os benfiquistas que conheço são bem entendidos, mas isto pode circular e lá teremos uns tantos – muitos paspalhões – que ficam a ver navios, por força da razão que sendo Portugal um país de paspalhões, a sua grande maioria bate uma asa.
Resultado, o homem verde, fazendo jus à sua reputação, não se deixou ficar, e vai disto e daquilo. Um romeno, ou qualquer coisa que me falha, julgando ser dia de festa, aproveitou e tirou a barriga de misérias (foi um fartote de “sopapos”). Tudo supervisionado por um senhor de gravata pelo nome de quem já cheguei a respeitar como futebolista e nada mais. Esqueceu-se das suas raízes e de maneira de se fazer justiça…
Ora, como além de benfiquistas, este é também um país de doutores e juízes, mandou a lei, lato senso, ao contrário de decisão primária, que afinal os despudorados enraivecidos – é verdade que provocados –, passados uns meses, apenas têm uma pena insignificante a cumprir. Mas o tempo já passou e nada feito, cá vamos vivendo. Em atalho de foice, esta gente do Porto é mesmo mazinha e merecia castigo a dobrar, porque está-lhes no sangue… E se não estiver, eles tratam disso.
Vai daí a lei mandou dizer, tarde, para não destoar, que afinal de mauzinhos tinham muito pouco e que a medida punitiva era desproporcionada. Estou ainda à espera da acção civil para que estes cães raivosos sejam, pelos menos, punidos pela justiça civil. Mas cheira-me que o Benfica disso pouco interesse lhe advém e se não estiver atento (coisa que nisso, valha a verdade, esta ano não lhes escapa nada) vai-lhe ficar mal por falta de coerência. Explico! Ao Vandinho, por pau mandado, vislumbraram um arrufo que podia dar castigo desportivo pesado, com o beneplácito do benemérito e digníssimo juiz do CD dos “collants”, qual Robin dos Relvados (ou me engano, neste caso, os collants ficavam melhor ao execrável do Xerife de Sherwood). Com isso ficaram satisfeitos. Não vi, o dito ofendido, a instaurar um processo civil, que eu saiba (pode até ser que haja, mas isso não é notícia para jornal de bola).
Bem vistas as coisas, a suposta da nódoa na canela do ofendido, nunca ninguém a viu. Nem prova do crime existe; bem sei que também há crime na forma tentada e uma canelada é sempre uma canelada! No campo, contra um igual de profissão, nem sempre de amarelo é merecedora (que o diga o Cardozo que aos 2 minutos do célebre jogo atropelou o menino que se mudou para o outro Sporting, esse de Lisboa). O dito arranjo de adjunto, metido também ao barulho do ‘sururo’, passados uns tempos, instigado por uns iluminados, descobriu a suposta gravidade do acto e logo trataram de incriminar o homem. Azar do Braga, não era um jogador qualquer!
Os três meses, porque são ainda apenas três pontos, mantêm-se (digo agora porque o tempo urge e a coisa pode correr mal e logo duplicar). No meu modesto entender, ‘penso eu de que’, deve ser antes porque a nódoa negra nem com ‘hirudoid’ passou. Já os olhos negros, costelas partidas, e arranhões quanto baste, esses já lá foram e mereceram a complacência da dita justiça. Tudo em abono da verdade, da justiça desportiva (talvez até divina, para os crentes) e para o bem-estar da nação.
Já dizia Humberto ou Toni, para o caso vai dar ao mesmo, quando há campeão assim, até o país se entretém e dorme mais descansado, esquecendo as amarguras chatas que a televisão, tão repetitiva, passa todos os dias no telejornal. Se ainda passasse as peças do canal "Benfas TV", esse sim com reportagens bonitas, alegres e cheias de odes à verdade e há glória de não sei de quem. O que vale é que a televisão (por agora!) ainda não põe em sentido o olfacto, caso contrário só podia cheirar a mofo!
Não é que dei-me a pensar com isto. Está aqui a solução para a crise! Lembram-se? Da crise… o ‘subprime’, o carcalhol, o papel, aquela coisa que nos sustenta… Afinal, é um motivo nobre que faz correr esta gente.
Ainda assim ando desconfiado. Vou mais pelas safadices do nosso Primeiro, talvez ajudado pelo Vara, que este não dá ponta sem nó e é tudo “perfeitamente normal”. Aliás, este Vara para além doutras qualidades muito conhecidas, também é benfiquista, segundo dizem as escutas. O homem, o Primeiro, até ver, de tão atrapalhado que anda, e de avisado que é, já previa que por alturas que atravessamos precisaria de um entretimento, de um “”faitdiver” ou lá que o valha, desde que não ofuscasse o seu brilho que ousam querer manchar. Ora, só o ópio do povo lhe podia valer para desviar as atenções e fazer esquecer as chatices de umas histórias inventadas e sem importância, mas que ainda podem vir a dar que falar.
Vai daí e, se a República não for para o galheiro, lá teremos três dias de feriado nacional. Aviso desde já que por essas alturas estarei algures em parte incerta e, sobretudo, incontactável. Caso contrário, encontramo-nos em frente à Arcádia, num dia de sol, a tomar banho naquele tanque redondo – finalmente um motivo nobre para a sua inusitada existência –, enfrentando uma baleia que não se agita (ver para crer!).
Viva o SC de Braga que de glorioso tem a alma e de enorme a paixão!
Saudações Braguistas de um Bracarense.
 
Escrito no seguimento do texto anterior, no sábado às 18:10, dia do jogo, em resposta a um post num blogue em reacção ao mesmo texto:
Move-me a diferença de tratamento de questões similares e só se fala do mesmo. O porto prejudicado, os jogadores deviam ser mais castigados (há matéria de facto; seja desportiva ou civil devia haver castigo proporcional), ..., etc.

Agora castigar o Vandinho 3 MESES argumentando num vento que passou, na falta de evidência, num processo que nada tem de transparente, e não se fala nada, só posso protestar e ficar doido. Mas poucos me ouvem, embora aqui a quantidade também não interessa. É apenas um exercício mental clarificador das ideias mas que dói, pois acho que seria da mais elementar justiça que o caso Vandinho nunca deveria dar em NADA!
Desde essa altura – dos castigos – o Braga, uma equipa esticada, presa por arames, super-rentabilizada, nunca mais foi a mesma. Mossoró quando voltou não mais foi o carreador do jogo. Falta-lhe a segurança nas costas de um trinco que não dá "brindes". Falavam também do Hugo Viana, mas sem a segurança do Vandinho ao lado tem-se visto. A defesa, nunca mais mostrou a segurança que evidenciava e aclamada por todos. Os bracarenses sabiam disto e estavam sempre na expectativa. Quando algo acontecesse naquele meio campo, não iríamos aguentar. Agora, da forma que foi... Já muito, mas muito para lá das expectativas e do que realmente valem, estão a fazer.
Agora, já que estamos lá, porque não!? Só que as armas foram adulteradas e sim o Braga foi o principal prejudicado, em função da evidência dos factos. O Benfica tem sempre duas ou três soluções para situações destas, o Braga não, mas isso não é culpa do Benfica.
Não digo que foi só o Benfica beneficiado; o ponto é que o Braga foi prejudicado! Agora, o momento das despenalizações dos jogadores do Porto e da manutenção do castigo ao Vandinho é cirúrgico. Não dá para enganar, o Porto está a fazer caça ao segundo lugar e muito vai depender do resultado de hoje porque se o Braga perde pode ficar a 5 do Porto e a partir daí poderá ser o descalabro... Até pode ser que tenha de torcer pelo Benfica (para mal dos meus pecados!) para ir ganhar ao Dragão, vejam lá!?
Espero um bom jogo e claro estarei a torcer pelo Braga! Ordem de prioridades: que o Braga ganhe (êxtase); um empate não destoa e é um bom resultado que deixa o Braga em vantagem em caso de empate de pontos; se perder que não seja goleado, porque sei ver e dizer que o melhor futebol deste ano é, a léguas, do Benfica. Seria preciso também menos arrogância, alguma humilde na hora da vitória e isso é que faz muito do anti-benfiquismo que há, pelo menos é disso que eu reclamo. Um último desejo: que não haja casos e que seja um jogo limpo.

E para finalizar, já depois do Jogo:
Premonitórias, as minhas palavras. Hugo Viana, nada joga; Madrid está a léguas da forma que o destacou e nunca será o substituto do Vandinho, agora sem Mossoró será o descalabro. O problema é que vão confundir isso com favores do Braga (do Domingos, do Salvador) ao Porto, que não os nego, acredito em tudo; sou adepto, mas não sou cego (mas também não quero fazer juízos de valor sobre o Domingos, sobretudo quando se tem mostrado, ao contrário do que dizem os malfeitores, um homem ponderado pelo que diz e faz). A ver vamos!
Mas estou triste, não pela derrota, que em condições normais é um resultado dentro do expectável, mas antes pelo Vandinho e agora, sobretudo, pelo Mossoró. São homens e tentem-se pôr na situação deles agora.
Sobre o jogo, apesar de o Benfica se mostrar relativamente seguro, o que me surpreendeu foi o "respeito" que teve pelo Braga, a ausência do "inferno", o defender um resultado na última meia hora, algo que não tinha acontecido até agora na Luz. Dados os recursos desiguais, o Benfica correu demasiados riscos, que um pouco de sorte do Braga (que o Benfica teve a acabar a 1.ª parte) e a história podia ser diferente. Não digo que seria justo, mas no futebol, pelo que se pode ver, não se pode falar em justiça ou moralidade; não é isso que faz os resultados.
A forma como o Braga joga agora e como jogou no seu melhor período é a diferença entre ter um meio campo seguro, com Hugo Viana à vontade (sem correr!), com Mossoró (que azar…) como uma lança apontada à baliza contrária, de costas quentes com um trinco que não dá brindes, com uma defesa que para as sobras chegava e sobrava. Agora sem Mossoró e Vandinho vai ser o descalabro. Depois vão dizer que foi o Domingos e o Salvador que vão dar a mão ao Porto para o 2.º Lugar (e até pode ser, pois já acredito em tudo!).
Assim vai o nosso futebol, tal e qual o país… uma m**da!


Carta na Revista "MARIA"
Estou com um problema e preciso da sua ajuda.
Sou um rapaz na força da vida, neste momento sem trabalho e, infelizmente, seropositivo.
Tenho dois irmãos, um é sócio do Benfica, o outro foi condenado a 25 anos de prisão por homicídio.
A minha mãe morreu de insanidade mental quando eu tinha 3 anos. Tenho duas irmãs prostitutas e o meu pai vende estupefacientes e outras drogas em dois dos bairros degradados de Lisboa.
Recentemente conheci uma rapariga acabada de sair de um reformatório por ter tentado afogar o seu filho ilegítimo recém-nascido.
Amo essa rapariga e quero casar com ela. Só concebo uma relação de transparência e amor verdadeiro, para que possamos ser felizes. A minha questão é:
- Devo falar-lhe no meu irmão que é sócio do Benfica?

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